Compositor: Alberto Cortéz
Será porque me dói
Será porque te quero
Será que estou segura que possas
Encher-me de pombos o céu
Será porque quisera que voes
Que siga sendo teu meu vôo
Será que estás no céu
Velando a alvorada
Ou acaso acumulando desvelos
Por dúvidas largamente embaladas
Tão só se levanta do solo
O que do todo estende suas asas
Amada minha
Querida minha
Ai minha pátria
De tombo em tombo
Se perde o rumo
Da alegria
Vamos, avante
Que não se diga
Que estás chorando
Que tuas feridas
Mal ajustadas
Irão se curando
Defende seu direito à vida
E juntas seguiremos andando
Será que já não queres
Sofrer mais desenganos
Que vives levantando paredes
Por medo que a luz te faça dano
Se tuas redes já não vêm cheias
Tampouco há mal que dure cem anos
Talvez em aparências
Te afastes ou me afasto
O caso é que sofremos de ausência
Com uma dor ambígua e semelhante
Amor não significa carência
Também se pode amar de longe
Amada minha
Querida minha
Ai minha pátria
De tombo em tombo
Se perde o rumo
Da alegria
Vamos, avante
Que não se diga
Que estás chorando
Que tuas feridas
Mal ajustadas
Irão se curando
Defende seu direito à vida
E juntas seguiremos andando